quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Idas e vindas

Esta é a época da boataria, dos corneteiros de plantão, do "deve contratar...", "deve fechar com...", "praticamente definida a contratação de...", entre outras expressões de possibilidade. E logo após delas vem ou o nome de um craque ou de um perna-de-pau. Com a debandada dos melhores atletas do país para os mercados europeu e asiático (sobretudo Oriente Médio), sobram normalmente os jogadores de segunda linha do futebol nacional. Mas há também aqueles que jogam lá fora e acabam voltando, ou porque não se adaptaram ao frio, ou porque não gostam da comida e dos costumes daquele país, ou porque lá os salários também atrasaram e a permanência frequente no banco de reservas encomodava.

No meio disto tudo também está o Grêmio. Alguns já se foram e outros ainda devem deixar a Azenha. Rafael Carioca pode fazer falta. Mas Paulo Sérgio já foi tarde. Há também aqueles que voltam de empréstimo. É o caso da dupla dinâmica Ramon e Tadeu (não é a toa que o Figueira foi pra segundona). A prioridade gremista deve ser justamente livrar-se dos inúteis. Em casos como este não há regras para negociar: Vender, emprestar novamente, dar de presente para alguém, enfim, mandar embora!

Há outros casos onde para manter o atleta é necessária a intervenção financeira de empresários. Estes homens de negócios compram 30% de um jogador, 60% de outro e bancam a permanência dele no clube por mais algum tempo. Depois, enchem o bolso de Euros com a venda dos jogadores para o exterior. Maylson já teve 50% de seus direitos vendidos. E nem é para simplesmente mantê-lo no grupo, pois o garoto mal entrou na equipe profissional. A negociação visa reforçar o caixa gremista com mais algum dim-dim para que o clube possa cumprir seus compromissos financeiros (pelo menos é o que divulgam por aí...).

E existem os "sonhos de consumo" e os "jogadores para compor o grupo". Todos eles que PODEM ser contratados e cujos nomes circulam no ramo da especulação. As mais recentes esperanças tricolores ventilam os nomes de Alex Mineiro, Marcelo Mattos e Ricardo Oliveira (este último já confirmou que não vem). Têm os operários da bola que podem chegar a qualquer momento, mas que demoram tanto para assinar contrato que a situação lembra uma novela (e daquelas de enredo bem ruim. Lembram da novela Souza no Grêmio?).

Com poucas opções de qualidade o mercado da bola ainda mostra poucas novidades neste final de ano. A Libertadores se aproxima e o Grêmio, será competitivo? A diretoria Tricolor confirma que sim. Esperamos e torcemos para que seja verdade. Boatos não entram em campo.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

As incoerências preocupam

Confesso que certas notícias me deixam confuso. Primeiro leio a afirmação do diretor de futebol André Krieger sobre o lateral-esquerdo Jadilson: "é um jogador muito caro". Em seguida já surgiam as primeiras informações sobre a proposta feita ao treinador Celso Roth, que culminou com a renovação de contrato por mais um ano com o Tricolor: assombrosos R$ 220 mil mensais. Incoerência total!

Afinal, o que é caro e o que é barato para um clube que vê na Libertadores a grande oportunidade de voltar a ser campeão, justamente na competição mais importante do continente? R$ 220 mil para um "casca-dura" me parece muito. Vender Rafael Carioca neste instante por € 8 milhões me parece pouco.

A grande vantagem de ter inerente em si a verdadeira alma castelhana faz do Grêmio sempre um favorito à Libertadores. Mas não basta. A qualidade técnica é necessária. Aliás, já se faz necessária há muito tempo. A desculpa é sempre a mesma: "Não temos dinheiro" - dizem os dirigentes. Mas e os outros clubes têm? Não precisamos de um grande elenco. Precisamos de um grande time.

Colher um grande resultado (enteda-se aqui TÍTULO) na Libertadores passa pelo tripé qualificativo tático-técnico-psicológico. Com a manutenção de Roth, o fator tático já está comprometido. Quanto ao psicológico sem problemas pois a Libertadores é a nossa cara. O desempate fica por conta dos detalhes técnicos. Pensar pequeno sobre ele é jogar fora o sonho do Tri. É esperar pra ver quem vem pra dar ao Imortal esta qualificação.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Carta para o Professor Celso

Professor Celso:

Muito obrigado por ter nos dado o vice-campeonato e nos levado para Libertadores. Acho que nem o senhor pensava que a gente fosse tão longe, né? Depois de todos daqueles problemas no Gauchão e Copa do Brasil ninguém esperava muito, mas aí estamos. Quase chegamos lá. E, vamos ser justos, o senhor não tinha um grande elenco a sua disposição.

Professor, o senhor não pode deixar passar esta oportunidade para pensar na sua carreira e na sua independência financeira. Quem sabe o senhor aproveita o bom momento e vai treinar um time fora do país? Tá certo que na Europa não vai ser fácil, que lá eles só contratam gente que ganha títulos, o que não é bem o seu caso. Mas o mundo é grande. Lá no Iraque, por exemplo, tá chovendo dinheiro com este papo dos americanos de reconstruir o país. Na Rússia, sempre tem vaga para um brasileiro. Não perca tempo. E fale alto, faça exigências. Leve seus homens de confiança. Imagine que timão o senhor pode formar lá com o Marcel, o Perea e o Paulo Sérgio!

Não se deixe levar pela conversa dos diretores do Grêmio que vão insistir em renovar contrato com o senhor. Principalmente agora, que o senhor tem aqueles problemas com a Polícia Federal e a Receita. Ficar lá longe é mais seguro, né?

Aproveite o seu momento. Lá fora ninguém vai chamar o senhor de burro, como os caras da Geral do Grêmio e, se chamarem, o senhor não vai entender mesmo, que é em outro idioma. Lá ninguém tem essa mania permanente de vencer, como nós gremistas. O senhor só pode se dar bem.

Feliz Natal pro senhor e pra sua família. De preferência, bem longe do Olímpico.

Um abraço tricolor.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Tarciso é a estrela da festa dos 25 anos do Mundial, em Floripa



Tarciso era um bólido. Corria numa velocidade impressionante quando vestia a camisa sete, e era um matador quando estava com a nove. E ele mesmo será o convidado especial do almoço que vai reunir gremistas da grande Florianópolis para comemorar os 25 anos do Campeonato Mundial.
A festa será no dia 20, na churrascaria Gaitaço, no CTG os Praianos. Os ingressos custam só R$ 15,00 e dão direito a um carreteiro “de lamber os beiços”.
Além de Tarciso, uma constelação de estrelas tricolor vai brilhar no encontro. Lá estarão Claudinho, Jurandir, Oberdã, Renato Sá, Balduíno, Petry, Ion, Flávio Roberto, Torino, Sérgio Lopes, Albeneir, Adilson Heleno, Cássio, Renato, Jacaré, Catarina, Beto Fuscão e Rodrigo Fabri.
A promoção é dos Consulados do Grêmio em Floripa e São José e da Associação dos Amigos Gremistas de Florianópolis.
Mais informações podem se obtidas com o Tobal no fone (48) 9973-1771.


Com o rabo entre as pernas

Esta sem dúvida foi uma das melhores semanas. Os são paulinos que até domingo se diziam hexa-campeões do Brasileiro, agora tem de esperar a próxima rodada pra saber se realmente serão. Independente de o Grêmio vencer o campeonato esta é uma semana em que os são paulinos estão com o rabo entre as pernas. Vide a entrevista coletiva do técnico Muricy Ramalho. Naquele momento ele dizia que o São Paulo está vivo na competição. Ora, até domingo antes do jogo o São Paulo não era o campeão do Brasileiro 2008? De qualquer forma, esta é uma sema pra curtir e esperar... E que venha o domingo!

Gremistas catarinenses: no dia 20/12 haverá um almoço de confraternização em Florianópolis organizado pela torcida local com a presença de alguns ex-jogadores do imortal.

Em breve mais informações!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Dois pesos e uma medida

O título nacional de 1996 tem mais valor que um título neste ano (se ele vier, obviamente). As circunstâncias são distintas, claro. Em 96 o Grêmio manteve a espinha dorsal da equipe campeã da Libertadores do ano anterior. Neste ano o time foi remodelado e passou por diversas turbulências no primeiro semestre, mas chegou vivo na última rodada do Nacional. Se considerarmos apenas este aspecto, o possível título de 2008 parece ter um peso maior. Entretanto, somente se levarmos em conta este quesito.

Nos demais, 96 valeu mais. A explicação é simples: Excluindo os gremistas, todos os seres humanos deste planeta torceram pelo título da Lusa. Após a primeira partida, em que o Tricolor foi derrotado por 2x0, a folia da imprensa do sudeste exacerbava qualquer padrão de jornalismo imparcial. E após o canhão de Aílton no jogo de volta, o que se viu foi a rendição de todos ao Grêmio Guerreiro (e Copeiro).

Agora é diferente. Todos acreditam no título do São Paulo. Novamente nós somos os únicos "do contra". Mas a torcida da maioria parece ser contra o hexa são-paulino. No próximo domingo o Grêmio não vai desafiar a "pseudo-lógica" como em 1996. Vai precisar somente ser GRÊMIO, e torcer por um Paulo Baier inspirado. É por isso que acreditamos tanto!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A graça da semana

Não sei quanto aos demais imortais, mas esta será uma semana divertida. Sim, não só porque garantimos vaga na Libertadores (quem diria isso no início do ano?), mas também porque vejo os bambis apavorados, como se um caçador os esperasse atrás de uma moita... Garanto a vocês: todos os são-paulinos estão apavorados com a possibilidade de peder o título, mesmo que ela seja remota.

Que semana!


Charge do Iotti, na Zero Hora de hoje. Não precisa dizer mais nada. Vai ser uma semana infernal.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Grêmio solidário à Santa Catarina

O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, ciente do seu papel social, presta solidariedade às vítimas da enchente que atingiu o estado de Santa Catarina e doa duas camisetas oficiais autografadas para fazer um leilão, cuja renda será 100% revertida para ajudar as vítimas da enchente. Um grupo de ex-atletas, que joga em Balneário Camboriú, no clube Tubarões FC, se sensibilizou e iniciou as ações solidárias.

O leilão acontece no sábado, dia 6, e será transmitido ao vivo pela TV Mocinha e pela Rádio Menina, emissoras de Santa Catarina. As camisetas que não forem vendidas, serão sortedas em um jantar para 500 pessoas, que também terá a renda revertida para ajudar as pessoas que sofreram prejuízos com a enchente.O ex-jogador do Grêmio Paulo Matos está coordenando as doações no Rio Grande do Sul. Mais informações sobre o projeto (99557500).

Além disso, gremistas de Passo Fundo estão organizando um mutirão para arrecadar alimentos e agasalhos para as pessoas que necessitam. A campanha 26/11: o Dia da Superação e Raça Tricolor, em homenagem a partida da Batalha dos Aflitos, terá a maior parte da arrecadação enviada para o governo de Santa Catarina e outra parte para entidades da própria cidade. A arrecadação acontece domingo, dia 30/11, na praça do Teixeirinha das 9:30 até as 16:30.

(Enviado pela Assessoria de Imprensa do Grêmio)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sobre aflições, esperanças e metáforas

Há exatos três anos, no final da tarde, o sol entrava alaranjado pela única janela do quarto 313 do Hospital de Caridade, chocando-se com o azul-esverdeado das paredes. O calor era forte e os dois ventiladores de teto do quarto faziam mais barulho do que refrescavam. Perpendicular à minha, o leito de um rapaz que havia substituído boa parte das válvulas cardíacas há pouco mais de uma semana. Ele estava bem.

- Já que não tem jogo do Inter, vou ver este da segunda divisão mesmo.

Num salto, quase derrubando o suporte com dois frascos de soro, me joguei para o espaço entre as camas, arrastando uma poltrona amarela. E olhando sério para o vizinho de cama.
- Soninha, me alcança a camisa tricolor que a batalha vai começar.

Trocar a camisa com o soro espetado no braço é uma operação complicada, mas vestir a camisa do Grêmio, depois da provocação, era questão de honra. A camisa pólo branca, com frisos azuis e pretos na gola e nas mangas e emblema bordado em cima do coração, eu havia herdado do meu pai.

Grêmio e Náutico começaram um jogo mais ou menos. O gol não saía. E os quase dois meses de cama faziam meu corpo inteiro doer. Eu não conseguia me ajeitar na poltrona amarela e, irritado, falava alto, xingava jogadores e aquela coisa toda. O rapaz ao lado nem piscava.

- Tem que botar o Anderson - eu dizia para as paredes.

A Soninha, quietinha e solidária, cuidava para que eu não arrancasse o soro, oferecia Gatorade. Mas nem jujuba eu queria. O corpo doía mais quando chegou o Jorge Bello, o massoterapeuta que viria aliviar as dores musculares. Bem no intervalo do jogo.

Quando começou o segundo tempo eu estava de bruços na cama. Só de cuecas e com a camisa enfiada só no braço do soro. Só uma fresta entre a parede e a cortina, que me isolava visualmente dos outros quatro pacientes do quarto, me punha em contato com a TV.

O Jorge estralava minhas costelas quando o juiz marcou pênalti contra o Grêmio. Eu enfiei a cara no travesseiro e percebi que a Soninha ficara nervosa, agitada no espaço entre as camas.

- Como é que pode? Este jogo não vai acabar. Meu amor, tu tá bem?

Minha cara estava enfiada no travesseiro. Na minha cabeça passou o filme de mais um ano na segundona. E o cara do coração remendado comentava em voz alta que quatro haviam sido expulsos.

- Nosso goleiro pegou!

A Soninha pulava, num comportamento bem pouco apropriado para o recinto. Eu pulei da cama, como quem foge do cara da massagem, de cueca, me enrolando num lençol. Não conseguia falar nada. Engasguei apoiado no suporte do soro e sentei na poltrona.

-Aaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhh!

Quando e menina da enfermagem apareceu assustada na porta, eu expliquei para o hospital inteiro ouvir:

- É gol do Grêmio. Chega de segundona. Com sete em campo, com sete!

A quimioterapia que começaria na semana seguinte já não tinha nenhuma importância. Também não importavam os prognósticos médicos pouco otimistas. Se o Grêmio vencia com sete em campo, porque eu não poderia vencer um câncer?

Naqueles dias quentes de sol alaranjado refletindo nas paredes azul-esverdeadas, eu só precisava de esperança. E foi o que o Imortal Tricolor me ofereceu na forma de metáfora.
Nada justifica desistir, sempre dá para virar a situação, sempre é possível.

Pode parecer inapropriado misturar futebol com coisa tão séria quanto doença. Hoje, plenamente recuperado, muitos amigos me pedem para conversar com pessoas doentes, contar da superação do linfoma, como se eu fosse um paradigma de possibilidade. E eu vou ao encontro delas com muita alegria, conto como foi, revelo alguns truques contra efeitos colaterais da químio. Não escapo da tarefa de levar um pouco de esperança.

Nestas horas eu me sinto envolvido por uma luz alaranjada, mesmo que eu esteja longe de paredes azul-esverdeadas, e repasso ao amigo a metáfora que eu ganhei.

- Não tem jogo perdido.



segunda-feira, 24 de novembro de 2008

sobre expectativas

[...] Deixando de lado, seja o que é impraticável, seja o que é em excesso difícil, cuidemos de fazer o que está a mão e corrobora nossas expectativas. Saibamos que todas elas são transitórias, ainda que exteriorizando diversidades, no íntimo, são mesmo voláteis [...]

Sêneca [ a tranqüilidade da alma]

domingo, 23 de novembro de 2008

Longe demais

Lá pelos 40 do segundo tempo começou a chover. Era só o quer faltava numa tarde em que o Grêmio empatava em zero com o Avaí. Pior do que o empate, era a falta de futebol, a ausência de qualquer semelhança dos caras de camisa tricolor com um time de futebol. Não havia esquema tático, não havia qualidade individual, não havia garra. E mais: o Celso Roth sentadinho no banco, o incrível sobrevivente dos fiascos recentes do Gauchão e da Copa do Brasil.

- Vai ser um ano duro, parceiro.

A frase saiu como um suspiro enquanto eu olhava para o desconhecido torcedor ao lado. Esperava dele uma palavra de consolo. Mas ele não disse nada. Deu de ombros e suspirou profundamente.

Naquele dia seis de março, depois do amistoso humilhante e melancólico, ninguém ousaria adivinhar que aflição dos gremistas em 2008 seria na ponta de cima da tabela, disputando efetivamente o campeonato.

Uma semana depois o Grêmio estreou no Brasileirão vencendo o São Paulo e inaugurou uma campanha de grande aproveitamento. Mais do que surpreendente, pode-se dizer inexplicável. Porque o plantel ganhou pouco em qualidade. Os reforços foram invariavelmente baratos e duvidosos. Com minguados caraminguás no caixa, a direção do Grêmio montou um conjunto “para não cair”. A escolha do técnico evidencia a opção, não precisavam de um vencedor.
Mas o time foi vencendo. Talvez a falta de ambição fosse tão evidente que parece que os adversários não levaram o Grêmio a sério, e o primeiro turno foi um sucesso que fez trepidar a lógica. A diretoria, iludida e maravilhada, manteve a política da pobreza, apostando que os outros fossem mais medíocres. E talvez fossem, mesmo. Só que não é possível enganar o tempo todo. Os limites apareceram e a munição de festim não assustou mais ninguém. O time perdeu terreno para si próprio, para suas próprias insuficiências.

Ao perder vexatoriamente para o Vitória o tricolor sepultou a possibilidade do tri brasileiro. Os investimentos e o futebol não eram para tanto. Provavelmente foi longe demais, conquistando um lugar na Libertadores.

Para quem viu o Grêmio no dia seis de março, o ano foi bom demais.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Pela porta da frente, por favor

Festa, mesmo, era aniversário de 15 anos. De preferência daquelas meninas que comemoravam com pompa e circunstâncias, nos bons clubes de Santa Maria. Os pais ficavam generosos e bancavam grandes comilanças e muito uísque, que a gente diluía em guaraná para encaixar com os nossos paladares iberbes. Nestas festas nós, adolescentes, tomamos nossos primeiros pilequinhos, engatamos os primeiros namoricos e demos nossos primeiros passos dançando juntinho.

O difícil era ser convidado para as festas. Nem sempre a aniversariante era da nossa sala de aula, às vezes nem do mesmo colégio e muito menos parente de algum conhecido. A notícia de alguma festa era a largada para uma caça aos convites. Valia de tudo. Até namorar aquela feinha que era amiga da aniversariante, só para poder entrar no rebu. Quando não tinha jeito a gente apelava para amizade com porteiro do clube, com segurança e todos os expedientes que a incipiente malandragem conhecia. Tinha caso em que só se desistia na porta de entrada, onde a gente comparecia de calça de brim, tênis, gravata do pai e paletó do irmão mais velho.

Quando se conseguia entrar era uma vitória. Mas nem sempre se aproveitava a festa, pois sempre restava algum constrangimento. É claro que furão que é furão tenta até tirar a aniversariante para uma dança, mas poucos de nós eram tão corajosos e caras-de-pau.

A lista de convidados da Taça Libertadores da América é bem seleta. Só entra nela quem mostrou serviço na primeira divisão de seu país. Indiscutivelmente é a grande festa do futebol no continente. Como em toda festa, há quem tente entrar de penetra, conseguindo um convite com um primo da segurança, se esgueirando pela porta dos fundos ou inventando um passe por meio de um torneio menor e inexpressivo.

Entrar de penetra até pode ser divertido. Mas não há nada como entrar pela porta da frente, cheiroso e enfatiotado, e dar dois beijinhos na mãe da aniversariante. Só que para isto tem que ter prestígio e legitimidade. Bom futebol, no caso da Libertadores.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Diário de viagem

Eu estava perdido do ônibus da excursão e sabia que seria muito complicado encontrar os semi-desconhecidos que vieram comigo de Joinville em meio aos cerca de 44 mil torcedores presentes aos estádio Olímpico no domingo, no jogo contra o Coritiba. Mas só uma coisa me preocupava:

- Esse gol tá demorando pra sair. Os caras vão começar a gostar do jogo, porra!

Meu telefone não funcionava em Porto Alegre e o do cara que organizou a excursão também não. Descobri isso pouco antes de pegar o táxi que me levou ao estádio. Pensei na sorte de ter pego o ingresso quando me separei do grupo, pela manhã. Não dava para perder o jogo depois da viagem toda. Não dava para perder o jogo de jeito nenhum...

- Por que ninguém passa a bola pro Souza quando ele tá livre, caralho?

Eu deveria estar realmente preocupado em descobrir alguma maneira de entrar em contato com o grupo, talvez tentando falar com alguém em Joinville, não sei. Mas como pensar nisso se, depois da pressão inicial e de alguns sustos que o ataque paranaense deu, Tcheco abriu o placar com um chute semi-despretensioso? 

- Dá-lhe, dá-lhe tricolor... meu único amor...

Fiquei tentando lembrar meu último jogo no Olímpico. Veio na cabeça aquele Gre-nal que ganhamos com golaço do Luiz Mário, fazia realmente muito tempo. Depois disso, só jogos contra Figueirense e Avaí em Florianópolis. Faz diferença. Nem se falava em avalanche naquela época.

No segundo tempo, com outro gol chorado, o Grêmio ampliou. Dá para dizer que o jogo foi tranqüilo, apesar do gol marcado pelo Coritiba no penúltimo minuto. Seguimos dois pontos atrás do São Paulo, faltam três jogos. Dá para acreditar.

- O Grêmio vai sair campeão, o Grêmio vai sair campeão...

Como previsto, não encontrei a excursão no final do jogo. Depois de uma hora e meia rodando o Olímpico, peguei um táxi e fui pra casa da vó. Novamente comunicável, falei com a Rayana - colega blogueira - e ela mandou avisar que o ônibus me esperava na Freeway. Na manhã seguinte, chegávamos a Joinville. 

A próxima é contra o Atlético Mineiro e vale o título. Alguém duvida?

Não há bêbados para bater

Fica mais fácil sem as rifadas de bola. Quando a vaca já atravessava o brejo, duas vitórias consecutivas mantiveram o Tricolor dos Pampas com condições reais de título. Diante do Coritiba um bom futebol. Não esqueçam que nunca precisamos que estes atletas nos enchessem os olhos. Precisamos de vitórias.

Vitória. Eis o próximo adversário. Não briga por mais nada no Brasileirão. Mas tem, no banco de reservas, um cara mordido. Justo um ex-ateta Tricolor, reserva de Luis Carlos Goiano em 1995. Mancini - O Injustiçado (será?), vai para a vitória com certeza, e com a faca entre os dentes. Não é uma revanche. Será uma vingança às avessas, visto que o maior reponsável por sua demissão do Grêmio no início do ano, o falastrão-fanfarrão Paulo Pelaipe, não freqüenta mais os corredores do Olímpico.

Estes são os jogos perigosos. Contra quem não quer cair, contra quem demonstra uma falsa displicência por não ter mais objetivos no campeonato. Não temos mais o direito de errar. Com um pouco de futebol, alguns relances de sorte e a reconhecida garra o título vem sim! Jogando com a cabeça no lugar o Brasil pode se render ao Grêmio.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O Grêmio cola por aí...

Gosto de medir a paixão pelo Grêmio nas pequenas coisas do dia-a-dia. Jamais chegarei a chamar uma filha de Gremina, embora na lápide de meu querido pai haja uma citação ao hino feito por Lupicínio.

Então há uns quinze dias, naqueles piores dias de nossa nação, no meio das incertezas e das desconfianças, muitas ainda não dissipadas, fui comprar canetas - sempre uma azul e uma preta. Na papelaria, observei uns penduricalhos e achei embalagens com dez pequenos imãs do nosso querido Imortal.

Comprei dois saquinhos delas: um para usar os imãs por aí (tem um na porta do carro e um na fechadura do tanque de gasolina da Virago). Há outros oito esperando o lugar mais adequado para grudar. E um joguinho guardei para colocar em um mini campo metalizado de futebol. Que bela peça de decoração!

É assim que funciona

Tem gente que não entende, mas é assim que funciona. A vitória sobre o Coritiba, com um gol de chutão de longe desviado num zagueiro e outro em que nosso zagueiro cruzou e o deles botou para dentro, é exemplar de como o Grêmio vence. Fiquei animado, porque não vai na súmula se o gol é bonito ou feio. Tem três pontos e pronto! E o gol do Coritiba no final me tranqüilizou, porque estava parecendo fácil.
Nunca o Grêmio ganhou alguma coisa jogando bonito, fazendo show. Sempre foi assim, com bola mascada, chute de canela, gol contra. Mas a sala de troféus está abarrotada. Ou já esqueceram que o gol que nos deu o último Brasileiro foi um chutão do Ailton quando a zaga rebateu um chutão indecente do Carlos Miguel lá do meio do campo?
Fiquei animado, mais confiante. Quem quer ver espetáculo vá ao teatro ou ao cinema. Eu quero é a alma castelhana em campo. Bonito, no Olímpico, já basta a avalanche.
Vamos respirar fundo, que o Vasco vai fazer o serviço sujo pra nós.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Cada louco do seu jeito

Nós, jornalistas, tentamos demonstrar nossas paixões através das palavras - um bom exemplo é este blog. Minha mamãe-gremista, com todos os seus dotes, já fez almofada, toalhas e outras coisas do Grêmio pra mim e pra minha mana-gremista. Bem, cada um tem o seu jeito, às vezes maluco, de mostrar o quanto é apaixonado pelo tricolor gaúcho. Não é bem o caso dos meus primos de Chapecó, que têm uma paixão um tanto móvel, digamos assim, hoje usada para promover a Associação Gremista da cidade. Dá só uma olhada!


Que nossas loucas paixões unam-se no domingo contra o Coritiba. E que o Figueira não tenha guardado umas sete mágoas e ajude-nos também! Abraços para os tios Ari e Adelci, os primos Marcelo, Alexandre, Juliano e Douglas, e para os pequenos Fiorini's. Porque são todos gremistas e um tanto malucos quanto nós.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Grêmio x Coritiba

Quando: 16/11, às 19h10
Local: Olímpico Monumental
Valor: R$ 140 (ônibus Double Deck)
Ingresso: R$ 30
A excursão sai de Joinville no dia 15/11, às 22h, passando por Florianópolis às 0h30.
O retorno é logo após o jogo.

Informações: (47) 9651 2353 - Rovan

Restam apenas 12 vagas

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Em Porto Alegre também existem gremistas

Passei este último fim de semana em Porto Alegre e confesso ter ficado assustada com a quantidade de camisas coloradas. No aeroporto só vi bandeiras e camisas do Inter. Nas ruas dos Andradas, Otávio Rocha, Dr. Flores, Borges de Medeiros e Sarmento Leite só havia espaço pro vermelho. Parecia que, naquele fim de semana, depois da vitória do Inter sobre o Boca, não tinham gremistas na cidade. E assim foi. O azul só voltou a reinar nas ruas porto-alegrenses após a vitória sobre o Palmeiras, no domingo à noite. Aí sim, também o aeroporto voltou a ser azul.

domingo, 9 de novembro de 2008

Espiando e pensando

Hoje me faltou coragem pra ver o jogo do Grêmio. Falei com minha mamãe-gremista após o almoço e ela me assustou: "Filha, hoje é o dia. Dizemos adeus ou continua o eterno sofrimento até o último segundo de campeonato". Minha mãe sempre tem razão quando se fala do Grêmio. Me deu um medo tão grande de ver esse jogo, que preferi me trancar no quarto e esperar pelos gritos do meu vizinho tricolor. Não, nem pela internet eu acompanhei.

Lá pelas tantas eu olhei pro relógio e calculei que o jogo tava no fim. "Não acredito que vão empatar e deixar o São Paulo lá na frente!", pensei apavorada. Só me falta aquele time ganhar outro título! (Sim, detesto o São Paulo, MUITO!). Então me ocorreu um pensamento um tanto estranho. "Meu deus! Outro time precisa ganhar este ano. Se não for o Grêmio, me perdoe, que seja o Palmeiras, mas não fiquem nesse 0x0!"

Não deu dois minutos e alguém do prédio gritou "gooooooooooooooooooolllllllllllll" desesperado! Corri pro computador, mas antes de descobrir, a vizinhança gritava "Grêmiooooo! Grêmiooooo! Grêmio, Grêmio, Grêmioooooo! Lá lá iá..." e eu pensando "Só pode ser o Tcheco, só pode ser o Tcheco". Não deu outra. Não vi o gol e nem pretendo ver. Não vi o jogo, então não quero ver comentários nem lances. Pelo que li na Gazeta Esportiva, o Tcheco lançou a bola pra área, passou por todo mundo e entrou. Mais um gol como aquele contra o Sport: desajeitado.

A vitória aliviou um pouco a minha agonia, mas acho que vou me trancar no quarto no próximo jogo também. Quem sabe não dê sorte? Só espero que os vizinhos não vejam o jogo fora de casa.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O que dizer?

Do Iotti, na Zero Hora de hoje.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Da ilusão ao pega-ratão

O goleiro pega a bola é dá um chutão para frente. Lá no meio, ela cai no pé de alguém que imediatamente se desfaz dela com outro bico que, de preferência, deve cair lá dentro da área. Se tiver alguém lá, que trate de chutar para o gol. Mas este alguém já recebe uma bola torta, e chuta do mesmo jeito.
A narração não é de um jogo de várzea, onde este é o esquema tático dominante. É de jogo do Grêmio. Em todas as últimas partidas é assim que o time jogou. É inexplicável, humilhante, vexatório. É impossível que um time do tamanho do Grêmio não tenha qualquer esquema um pouquinho mais sofisticado do que este pega-ratão de várzea.
A realidade caiu em nosso pé como um bloco de concreto. Nosso plantel foi montado apenas para manter-se na primeira divisão, sem nenhuma ambição maior. O elenco tem pouca qualidade. O técnico não tem nenhuma qualidade. E a diretoria está mais preocupada com suas brigas internas em torno do dinheiro da arena do que com futebol.
Acabou a ilusão do título. A vaga na Libertadores parece que vai escorrendo entre nossos dedos. O tricolor esbarrou nos seus próprios limites. Nenhum dos cinco times que temos pela frente é pior do que o que enfrentamos ontem. A liderança era uma miragem sustentada pelo acaso, mas os adversários não contam com o acaso e preferem jogar futebol. Nós não temos time para isto.
Quem não tem cão, joga no pega-ratão.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A chama "quase" apagada

A derrota para o Cruzeiro no Mineirão expôs de maneira explicita um grave problema da equipe do Grêmio. No meu modo de ver o mais grave de todos: a momentânea falta da Alma Tricolor.

A carência de um esquema tática efetivo (e eficaz), a falta de criatividade dos articuladores de jogadas, os infinitos erros de passes (acrescente neste quesito as rifadas de bola) e as finalizações equivocadas são problemas já conhecidos por todos. Mas jogar sem a verdadeira Alma do Grêmio é inaceitável.

Não é a primeira vez que o Espírito Tricolor não aparece em campo neste campeonato. Tem sido uma constante no segunda turno do Brasileirão. Embora, como sempre acreditamos na imortalidade e na volta por cima, engolimos e esquecemos quando ela não dá as caras em campo.

Mas a partida contra o Cruzeiro era diferente (e a diante do Palmeiras também será). Uma decisão disfarçada. E em momentos como este a Alma Gremista costuma sobrar. Entretanto falhou. E é isto que deve preocupar os gremistas. Gremistas acostumados e tarimbados, que sabem da história e da tradição deste clube, por isso ainda crentes no sucesso deste grupo de atletas.

Estamos na frente. Só dependemos de nossas próprias forças. Porém precisamos recuperar urgentemente nossa principal característica guerreira. Como bom gremista, logicamente ainda não joguei a toalha. Mas já a seguro somente pela etiqueta para que não escape de vez da minha mão.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O enigma de Celso Roth

“O Grêmio ainda precisa fazer um jogo épico para ser campeão”. A frase é do Celso Roth e, confesso, para mim é um enigma. O que ele quer dizer com isto? Justamente horas antes do jogo com o Cruzeiro.
Primeira hipótese: Ele sonha em ver uma partida bonita, bem disputada, com adversário equilibrado, jogo jogado, que o Grêmio vença no final, com certa dramaticidade. Neste caso a palavra sonho deve ser substituída por delírio, uma vez que sabemos que não temos nem jogadores e muito menos técnico para jogar de igual para igual com os grandes. Que o diga o Cruzeiro.
Segunda hipótese: Ele leu meu post aí abaixo (Metafísicos, uni-vos) e está contando com a sorte, com a mística da imortalidade para ser campeão. O bom desta possibilidade é que seria como uma autocrítica de suas limitações de técnico.
Terceira hipótese: Ele pretende sofrer muito para ganhar do Ipatinga, vencendo (ou empatando) nos 47 do segundo tempo. Neste caso ele confunde épico com decadente.
Quarta hipótese: ele achou “épica” uma palavra bonita e resolveu usar, mesmo sem saber o que significa.
O que eu quero dizer é o que já sabemos: com Celso Roth o título fica cada vez mais longe. A impressão é de que chegamos ao limite. Daqui para frente é prender a respiração e contar que o imponderável fique ao nosso lado. Historicamente tem ficado.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Inacreditavelmente

Certas coisas não nascem por acaso na cabeça de um narrador falastrão. Eu estava lendo o texto da Adriane sobre a Batalha dos Aflitos e aquele dia de novembro de 2005 me veio todo na cabeça. Isso e o clima de decisão no dia de hoje fizeram com que eu tomasse vergonha na cara e postasse aqui pela primeira vez.

Posto por lembrar de Pedro Ernesto Denardin, na Rádio Gaúcha, berrando "É inacreditável". A palavra virou até o título daquele documentário do Peninha sobre a partida e a passagem gremista por aquele inferno. Mas a expressão não surgiu por acaso na cabeça do narrador falastrão, que confunde emoção com gritaria e surtos xenófobos. A 3.379 quilômetros dali, em uma rádio pernambucana, outro narrador repetia de forma semelhante.

- Eu não acredito, eu não acredito...

Desde aquele dia, vivemos desafiando a crença. A nossa e a dos adversários. O terceiro lugar no Brasileiro na volta à elite. O segundo lugar da América no ano seguinte. A liderança de um campeonato que iniciamos em crise. Estamos nos acostumando a terminar o ano de forma inacreditável. 

Aconteça o que acontecer na noite de hoje, continuaremos na frente. Vai ser assim até o fim. Inacreditável. Clique abaixo para ouvir o narrador pernambucano que não me deixa mentir.

É o fato do dia, né chargistas?








Crônica de uma gremista em dia de aflição

Já que hoje é dia de jogo nosso. Já que a aflição é nossa companheira constante, mesmo na liderança. E já que a chuva cai, mais que aflita, em Florianópolis: vou contar outra história.

Era uma tarde de sábado de 2005. Eu estava em Porto Alegre. Tinha feito prova na UFRGS, de manhã, no Mestrado em Comunicação. Almocei com a amiga Rafaela e sua pequena Valentina. Depois fomos pra Redenção: chimas e conversa. Coisa bem boa.

Mas eu tinha um aperto no peito, apesar de tudo. Aquele seria um dia de provas, definitivamente. Eu sou fraca pra momentos decisivos. Eu finjo não saber o que está acontecendo. Sou boa atriz.

Perto das seis horas, resolvemos voltar pra Cidade Baixa. Eu estava hospedada na casa de um amigo ali, na rua Olavo Bilac. Pegamos a República, depois a Lima e Silva. E era um mar azul. Cada boteco do mais boêmio dos bairros da Capital dos gaúchos refletia azul, branco e preto. E era um misto de pânico e alegria, temor e euforia. Deixei Rafa e Vale em casa, na Joaquim Nabuco.

Segui sozinha. Parei um pouco em cada porta de boteco, espiando a tevê. Agonia. Pênalti.
- Merda! Sou eu, pé frio do c...!

Desatei a correr. Cheguei na Olavo Bilac apavorada. Subi correndo. Meu grande amigo que me hospedava, Carlos Garcia Rizzon, o Carlito, é colorado. Já de manhã tinha me avisado:
- Ó, guria, vou almoçar na minha irmã... E algo do tipo: - Na volta eu enxugo as tuas lágrimas...

Abri a porta esbaforida. Liguei a tevê. Outra explicação: a tevê do Carlito é daquelas antigas, demora a ligar... Fiquei, por alguns momentos, só ouvindo o jogo. Confusão em campo. Que dor no coração. Dia de provas, definitivamente.

Rapidamente tomei uma decisão: - Não vou participar disso! Baixei o som da tevê e fui pro telefone, queria ligar pra rodoviária, ver se tinha passagem ainda naquele dia pra Floripa.

- Catarinense, boa noite -, o moço da rodoviária.
- Oi, boa noite, vem cá, tens passagem pra Floripa ainda?
- Acho que tem só uma ou duas...

Gritaria na rua. A Cidade Baixa tremia.

Eu, em voz alta e para mim mesma, no telefone:
- Puta merda, os colorados comemorando o gol do Náutico.
O moço da rodoviária, no telefone, chorando:
- NÃO, GURIA!! O NOOOOOOOOSSOOOOO GOLEIRO PEGOU!!!
- Peraí -, eu tremia desesperadamente.

Virei pra tevê. Era verdade. Gritaria na rua, de novo.

- GOL NOSSO, GURIA! AGORA DEU, MEU DEUS -, ele gritava.

Eu sentei no chão. Entre choro e risos. Quase não ouvia nada, tamanho barulho na rua. Azul, Porto Alegre era azul, todinha azul naquele momento.

- Viu, eu vou aí retirar a passagem -, eram quase sete e pouco. Viajaria às 23 horas.
- Tu vais mesmo, guria?
- Sim, preciso ir hoje.
- Eu RESERVO pra ti! Vai pra rua curtir a nossa vitória. Qual é o teu nome?
- Adriane.
- Aparece aqui 15 minutos antes e pergunta pelo Carlos!

Então tá. Eu fui pra rua na Cidade Baixa. E vi o mar azul, azul. Olímpico ali pertinho. Monumental, Grêmio. Monumental.

22h30. Chego na rodoviária. Guichê da Catarinense.

- Boa noite, por favor, o Carlos.

Ele estava atendendo o telefone. Olhou pra mim, largou o fone na mesa e abriu os braços:

- Adriane!!!

Amanheci em Floripa, com o mar, bem azul, me acordando.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Excursão para Porto Alegre

Grêmio x Coritiba

Quando: 16/11, às 19h10
Local: Olímpico Monumental
Valor: R$ 140 (ônibus Double Deck)
Ingresso: R$ 30

A excursão sai de Joinville no dia 15/11, às 22h, passando por Florianópolis às 0h30.

O retorno é logo após o jogo.

Informações: (47) 9651 2353 - Rovan

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A tarde em que Sabella brilhou

Tá provado que o campeão deste ano será o time menos pior. E, nesse ponto, ninguém ganha da gente. Vejam. Até quando a gente vence sem querer, joga mal e é criticado, abrimos vantagem para os adversários. Isso porque a sorte acompanha os justos, diga-se.
Acordei pensando na vitória sobre o Cruzeiro que marcou a minha vida. Passei um filme na minha cabeça, e nada... nada... não existia... Lembrei-me então da abertura do Brasileirão de 1985. Mineirão vazio, 55º C à sombra, jogo ruim, daqueles que qualquer torcedor sairia do estádio no meio do segundo tempo.
No Imortal, a estréia de Sabella. Tirando o Gastão, alguém lembra dele? Provavalmente não. Isso porque esse desgraçado acabou com a gente na Libertadores do ano anterior, quando defendia o Independiente. E quando chegou ao nosso Grêmio, fez apenas uma partida que prestasse. Justo contra o nosso inimigo desta rodada. Guardou o gol que nos deu a vitória.
O que eu quero dizer com tudo isso? Que a partida desta quarta-feira terá a cara do Sabella. Será arrastada, chata, amarrada no meio de campo, e terminará 1 a 0 para a gente.

PS.: Como a memória engana, né? A partida foi 1 a 1, não foi a abertura do Brasileirão, o Mineirão não estava vazio e muito menos o gol foi do Sabella. Mas isso, não importa. O que vale, nesse caso, é a lembrança.

Celso, não inventa

Quem diz que secação não funciona? Cruzeiro e Palmeiras ficaram no caminho. Agora, na prática, só dependemos de nós. Se não perdermos para o Cruzeiro a coisa começa a se encaminhar para onde desejamos. Só depende de nós. Aliás, o Grêmio é o único que só depende de suas próprias forças. Somos o nosso próprio adversário. Precisamos vencer a apatia, a falta de criatividade, a alopração e a desordem tática.
Claro que dá para colocar mais um caneco no armário! Mas é preciso se superar, fazer o que não se imagina possível com o time que temos. A questão do limite do Celso Roth está no centro da questão. Se, por um lado, o esquema dele está pra lá de manjado, morremos de medo de que ele invente algum desvario para parecer inteligente. Já se fala em Paulo Sérgio na lateral esquerda, num 4-5-1. Meus sais, meus sais!
Quinta-feira teremos uma noção exata do que poderemos esperar. Por enquanto, vamos em frente que atrás vem gente. E quanta gente!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Metafísicos, uni-vos!

Talvez seja a bola. Parece que ela irrita os jogadores do Grêmio. É o que se pode desconfiar quando se vê a aflição com que todos tentam livrar-se dela. Ninguém sabe direito o que fazer com a esfera e os chutões deixam de ser um recurso extremo para ser um estilo de jogo. E o pior é que na pressa de desfazer-se da bola os caras tocam de qualquer jeito, multiplicando assustadoramente o número de passes errados.
Dizer que o jogo contra o fraquinho Sport inaugurou um novo esquema tático é um excesso de boa vontade. Que esquema? A aplicação de sistemática pressupõe consciência dos jogadores, domínio de situação, objetividade para colocar a bola onde deseja e no pé de quem pode evoluir. Neste jogo, pelo menos, só tinha um monte de afoitos. Até o gol redentor veio de um chute desajeitado e uma intromissão oportuna de Reinaldo. Não foi uma jogada planejada e construída com consciência.
Assim, as chances de chegarmos ao título ficam dependendo de dois fatores metafísicos: a sorte e a mística da imortalidade. Se depender de futebol, está difícil. Se fosse outro clube eu jogaria a toalha, mas é o Grêmio, que sempre vence aos trancos. Então, permaneço esperançoso no tri brasileiro.
Vamos esperar que os eflúvios do imponderado nos façam vencer Cruzeiro, Palmeiras, Vitória e (pasmem!) Ipatinga, lá na casa deles. Que o universo conspire para que nada de inadequado aconteça no Olímpico contra Figueirense, Coritiba e Atlético Mineiro. Só faltam sete jogos.
Enquanto o futebol não chega e o Celso Roth não vai, vamos nos apegar na fé, na camisa, nas cores e no retrospecto da imortalidade. Temos chances metafísicas de sermos campeões. Seremos.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Caça ao líder

Publicado hoje no Charge Online. Sempre assusta, mas depois a gente descobre que não passa de fantasia...

"O Grêmio não tem time para ser campeão" - Comentário de Paulo Sant'Ana (20/10)

Tomei a liberdade de postar o link com o comentário do Paulo Sant'Ana No Jornal do Almoço da RBS TV (RS) em 20/10.



O que pensam vocês?

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A morte anunciada

Não é por uma derrota para a Portuguesa que o esquema 3-5-2 já não serve mais. Basta fazer um exame de consciência e relembrar as atuações tricolores no returno do campeonato nacional. Contra a Lusa eram 3 zagueiros e um "ala esquerdo" que não conseguiu apoiar bem (aliás, uma constante em se tratando do Hélder neste campeonato). Precisamos de tudo isso para se defender de um equipe técnicamente fraca? Penso como Roth que uma boa equipe começa pela defesa. Mas ser a melhor defesa do campeonato e ter um ataque inoperante na maior parte do tempo é demasiada teimosia.

A volta do 4-4-2 manteria a estrutura defensiva do Grêmio, mesmo com a saída de um zagueiro, e ainda agregaria um jogador de técnica mais apurada ao setor de meio-campo. Escolher entre Tcheco, Souza e Douglas Costa é problema do Roth. Mas a presença de dois deles ao mesmo tempo no time é uma necessidade.

Que é sofrido, que sempre foi sofrido e que sempre será assim isso todos nós já sabemos. Apenas torcer por tropeços dos adversários é muito pouco para a grandeza do Grêmio. É preciso usar bem as peças que têm. O sucesso depende de apostas que, neste momento, são muito mais imprescindíveis que ousadas.

domingo, 19 de outubro de 2008

Precisamos sofrer tanto?

Que falta faz um técnico! A derrota para a Portuguesa escancara mais uma vez as limitações de Celso Roth. Um time enroscado em si mesmo, sem objetividades, sem criação.
Impressionante como o time não sabe jogar sem Tcheco. Souza e Orteman ainda estão devendo uma boa apresentação. Enquanto isso, ficamos assistindo um festival de bolas rifadas, uma pressa desajeitada.
Francamente, nosso plantel não é desprezível. Pode não ser uma seleção, mas está muito bom para o nível do campeonato. Mas porque não joga? Resposta básica: falta um treinador, alguém que conheça futebol, que tenha repertório tático e estratégico, que saiba mexer no time.
Vamos ser campeões, sim. Mas precisamos sofrer tanto?

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Roth, o sortudo



É só um complemento ao post do Gastão. O Celso Roth é um cara de sorte, antes de mais nada. Os cartões e os machucados vão acertando o time para ele. Olhem só... Na hora que o nosso Imortal começa a se tornar previsível, o ensaio para o 4-4-2 que vem sendo realizado há três rodadas pode aparecer. Mas só contra o Sport, na semana que vem. Ficaria o time com o esquema desse campinho do post.

Contra a Lusa, seguem os três zagueiros, com a volta do brilhante Pereirão, um ícone do 26/11, o cara que deu bronca no Domingos quando ele tapeou a bola naquele penalti que todos nós sabemos como terminou. Então o nosso garoto de R$ 80 milhões fará a função do Tcheco e tudo se resolve.

Gurizada medonha

Depois das 24 horas de terror, indignação e nojo proporcionados pelo STJD, podemos voltar a falar de futebol.
A gurizada estava lá. Mais uma fornada da impressionante fábrica de craques que se tornou o Olímpico. Mas porque o time teve que passar por uma longa crise depressiva até abrir a caixa onde estavam as novas e reluzentes ferramentas?
Primeiro porque os meninos são observados por dois departamentos: o de futebol e a tesouraria. Assim, escancarar para o mundo a existência de tais preciosidades antes do fechamento da “janela européia” e da assinatura de contratos longos poderia ser uma tragédia dupla. Não se usufruiria do futebol dos garotos nem dos euros que eles inexoravelmente representam.
Depois, porque Celso Roth é teimoso, conservador e limitado. Na verdade a meninada só saiu da sombra porque o treinador levou uma prensa da diretoria e porque acumularam-se lesões e suspensões que varreram meio time. Mas havia mais um time guardado. E que time!
O que se viu no jogo contra o Santos foi uma amostra do que pode ser. Claro que o jogo foi uma correria de adolescentes afoitos e dispersivos. Não se poderia esperar mais, são meninos. Mas são muito bons de bola. O retorno dos “adultos” vai equilibrar o time. A produtividade vai aumentar com a chegada Douglas Costa, Mattioni e Helder. Rafael Carioca e Wilian Magrão devem continuar fazendo o que já estão fazendo muito bem. Quem sai para entrar Douglas? Um zagueiro.
E lá na frente o gigante de ébano, Morales, vai atazanar as defesas adversárias e abrir caminho para o tri.
Dá para chegar. Não vai ser fácil. Temos Palmeiras, Cruzeiro e Vitória fora de casa. E ainda a implicância declarada do STJD, que talvez seja o nosso maior adversário na reta final.

Gremista desde sempre

Nunca tive opção. Não lembro quando percebi que era gremista ou quando me questionaram isso pela primeira vez (no Rio Grande do Sul, ninguém pergunta pra qual time tu torce: perguntam se tu é gremista ou colorado). Nasci com sangue azul e essa consciência, que nunca me abandonou, de ser uma privilegiada. É como não ter tendência a engordar. Como ter aquela pele que fica bronzeada no sol ao invés de vermelha. Como ter aqueles metabolismos que por mais que o cara beba, no dia seguinte acorda sem ressaca.

Minha família é toda gremista. Pai, mãe, irmão, irmã, tios, primos. Há exceções, mas são a minoria. Na minha turma do colégio, lá pelo meio da década de 1990, quase não tinha colorado. Eu achava que quase não tinha colorado em lugar nenhum. Na verdade, eu achava que só tinha o Grêmio em todo o universo em expansão. Foi nessa época – com Danrlei, Arce, Rivarola, Roger, Dinho, Carlos Miguel, Paulo Nunes, Jardel e vários outros que não ficaram tão nítidos na minha memória – que passamos como um rolo compressor pelos campeonatos América Latina afora. (Quem dera pudesse dizer “mundo afora”, mas tinha um Ajax no meio do caminho.)

Era muito fácil torcer pro Grêmio naquela época. Se eu já nascera gremista, a fase áurea só serviu pra sedimentar essa certeza. Mas veio o desmembramento da seleção de 1995, a lenta decadência rumo ao centenário, a segunda divisão, e a volta por cima, simbolizada pela Batalha dos Aflitos, que depois nos levou à final da Libertadores – num jogo que prefiro não comentar. E o sangue azul, sempre correndo nas veias.

Palmeiras, Cruzeiro e São Paulo, tremei. Esse ano, não tem STJD, CBF, jornalistas de esporte e o car**** a quatro pra nos segurar. O Grêmio vai sair campeão.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Tudo tem seu tempo

A primeira postagem poderia ser sobre os desatinos do STJD...
Mas não. Os momentos iniciais desta experiência desafiadora e ao mesmo tempo confortante merecem energias positivas. Certamente provenientes da emoção de ser um gremista de berço. "Culpa"de um pai e de um irmão "desvairados", que ensinaram a mim, desde o começo, que futebol se ganha com raça e não com dribles bonitos. O restante aprendi por conta própria assistindo ao Imortal.
Crescer tendo como exemplo de essência de futebol Dinho, Adilson ou Jardel ao invés de Romário, Raí ou Bebeto é a maior prova de que torcemos para o time certo. Porque no esporte que mistura raça e habilidade, podem-se conquistar muitos títulos somente com o primeiro ingrediente, mas jamais só com o segundo.
Vida longa ao blog! Vida eterna ao Tricolor dos Pampas! Que a avalanche de conquistas prossiga perene.

Um tio querido, um time amado

Vou estrear aqui contando uma história singela, mas que diz bastante do meu sentimento em relação ao Grêmio.

Meu pai é colorado. Pasmem, cheguei a torcer pro Inter ganhar o tal campeonato mundial - quando foi mesmo?! Das duas, uma: ou o pai teria um ataque do coração de tristeza ou um de alegria... Perigava meu velho sofrer demais, então decidi que seria melhor de alegria. Convenhamos que, pra uma filha, nada como ver o pai feliz, apesar de colorado. Mas foi só.

Meu pai é colorado. E eu, desde pequena, sabia disso ouvindo os gritos dele - "Figueroa! Figueroa!" - , nos domingos de jogo. Naquele tempo o co-irmão tinha bons jogadores, justiça seja feita. Acontece que, além de colorado, meu pai era tratorista. Lá nos idos da década de 70, interior de Santa Catarina, o pai abriu muita estrada ligando as cidades do Oeste. Saía de casa na segunda, voltava no sábado. Nos víamos muito pouco, eu e o pai, naquelas épocas. Nos víamos nos domingos. Por causa do trabalho, ele passou algum tempo distante de mim. Tempo fundamental para alguém decidir o time do coração.

Meu tio mais novo, que morava com a gente, era GREMISTA. E estava sempre comigo. Não que o pai não quisesse ou fosse relapso, mas o tio teve, nesta época, a vantagem de brincar comigo todos os dias. E ele é o tio mais querido do mundo. Me deu uma camiseta do Grêmio, de malha, decote "V", coisa mais linda. Eu devia ter uns 4 ou 5 anos. O tio sabia das coisas. Me levava pra tudo que era lado: ia namorar, me levava junto! Ia buscar fruta no interior, com seu fuscão azul, e me levava junto. Me dava aulas de violão. Me ensinou o hino do Grêmio.

A verdade é que, quando meu pai percebeu, era tarde demais.

Te amo mesmo assim, pai!

Correio do leitor

O blog recebeu esta mensagem. Impossível não postá-la:

Querido Gastão,

Que a pena da paixão
Molhada no sangue azul que corre nas veias dos Onze Mosqueteiros
Possa desferir golpes retóricos certeiros
Não para ferir nossos oponentes
Nem para enaltecer
O que não necessita mais ser enaltecido.
Mas para que os moradores do Planeta Grêmio possam dizer
Não apenas sabemos jogar bola
A nossa arte também está no belo escrever.

Abraço e sucesso, Irmão
Estevão (Bobi)

Que injustiça!

De todas as punições aplicadas ao Imortal pelo STJD, a mais injusta foi a do Réver. Ele deveria ter pego 120 dias, no mínimo. O Carlos Alberto passa a mão e ele nem revida, não dá uma cuspida no cara, não quebra o molar do cidadão, não honra a camisa que já foi vestida por Dinho, o Cangaceiro. E tem mais. Esse tal de STJD tá querendo transformar o futebol em esporte de moças (desculpem-me meninas mosqueteiras, nada a ver com o gênero, é só uma expressão).

Tudo indica que a armação tem o objetivo de nos dar o único título que nos falta, o de campeão moral. Dos outros, nosso galpão de troféus está cheio, abarrotado.

As razões deste blog

Não há razão nenhuma para se escrever sobre futebol ou, menos ainda, sobre o time pelo qual a gente torce. A energia que nos move a acompanhar com aflição cada rodada do campeonato, correr diariamente os noticiários e ter no armário um lugar especial para a camisa do time amado não é racional. Manter um blog sobre o tema, então, é a confissão pública desta paixão desenfreada.
Nosso caso específico é mais grave. Além de gremistas, somos jornalistas. O que significa dizer que, além de sermos escravos da paixão tricolor, estamos submetidos também ao gosto inebriante pelas letras, pelos textos, pelas informações. Pelo jornalismo, enfim.
A fusão destas duas paixões é o que se verá neste blog. E como não falamos de razão, vale tudo. Valem histórias, opiniões, especulações, memórias, imagens. Não há regras sobre o que ou como escrever, desde que seja sobre o Grêmio.
Esperamos que seja divertido para todos nós, Mosqueteiros do teclado, e para os leitores.
Este blog é um testemunho daquilo que Paulo Sant´Ana sabiamente ensinou: “ser gremista é o sonho delirante de não poder ser na vida uma outra coisa”.