segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Viúva do Renato

O meu silêncio nesse blog tem sido gigantesco. Mas fui ver se andava sendo atualizado e percebo que não sou o único ausente por aqui. Em todo caso, o último post é emblemático. Rayana falava do ânimo que trouxe a campanha do time conduzido por Renato Portaluppi no segundo semestre do ano passado. A verdade é que depois do êxtase alcançado por aquela impossível conquista de vaga na Taça Libertadores, o Grêmio viveu um  2011 de pura frustração.

A novela Ronaldinho, a fraca campanha na Libertadores, a saída de Renato, a aposta Julinho Camargo a mais nova era Celso Roth. E uma âncora que nos prendeu no meio da tabela e impediu que nos divertíssemos durante o mais divertido Campeonato Brasileiro dos últimos tempos. É aquilo: Celso Roth não combina com diversão.

O que me assusta é o discurso praticado pela direção do Grêmio e por setores da imprensa de que Roth cumpriu sua missão e fez o que pôde com o time que tem. Esse discurso não encontra respaldo em nenhum número. A começar pelo valor da folha de pagamento, uma das mais caras do país. Mas até aí, não seria o primeiro time caro a sucumbir.

Os números que mais me chamam atenção são da própria campanha pré e pós Roth.

Renato foi forçado a pedir demissão no sétimo jogo. A campanha não era boa e o time vinha do fracasso na Libertadores, é certo. Mas, de qualquer forma, ocupávamos a 11ª posição, alguns titulares se recuperavam de lesão e a maior parte dos reforços ainda não havia estreado.

A invenção de Julinho Camargo nos levou à 15ª posição, a um ponto da zona de rebaixamento. Era esse o cenário que Roth encontrou. Com reforços na zaga, no meio-campo e no ataque, o treinador nos levou para a atual 12ª colocação. Friamente, pode-se dizer que Roth fez uma campanha para nos colocar onde já estava com Renato.

Vão argumentar que ao empatar com o Avaí em Porto Alegre naquela sétima rodada, Renato deixou o Grêmio três pontos à frente da zona de rebaixamento. É verdade. Também estava um ponto à frente do Coritiba, hoje quinto colocado e forte na disputa pela vaga na Libertadores. Hoje estamos nove pontos atrás dos paranaenses, que não trocaram de treinador.

Ao vencer o Grenal no final do primeiro turno, 18 rodadas atrás, Roth havia cumprido essa tal missão que dão como cumprida hoje. Chegava ao meio da tabela, enxergava a ponta de cima no horizonte e ganhava moral para avançar. Mas ficamos ancorados no meio da tabela, o lugar que o próprio Roth chama de "zona de conforto". Nove pontos à frente do rebaixamento, nove pontos atrás da Libertadores: a cara do Roth.

A verdade é que a vida era mais divertida com Renato.


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Um novo tempo?

O retorno de Renato Gaúcho ao imortal tricolor mudou o ânimo dos gremistas. Eu mesma já tinha desistido. Considerava o Campeonato Brasileiro de 2010 como algo perdido. Mas aí, surge um novo time, a começar pelo jogo contra Corinthians, há algum tempo atrás. A equipe que entrou em campo tinha garra, vontade, assim como o time de ontem, que jogou contra o Flamengo. Não ganhamos o jogo, mas mostramos um futebol que há tempos não se via. O Jonas teve excelentes oportunidades: algumas bem aproveitadas, outras nem tanto. A zaga também falhou, mas precisamos reconhecer que em geral tem atuado muito bem. Se olharmos para trás, veremos que há menos de dois meses estávamos na zona de rebaixamento, sem ganhar jogos e com um time que mal corria no campo. Com Renato, Jonas tem caminhado para a artilharia do campeonato e já estamos na décima posição. Quem sabe este será um novo tempo...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O Efeito Portaluppi


Tirando as teias de aranha do blog, depois de um longo período sem ter sobre o que escrever. Afinal, de que adiantaria tocar nos mesmos problemas já citados por todos? O segundo jogo diante do Santos na Copa do Brasil foi uma despedida. Lá o Grêmio deixou alguma coisa de bom futebol e murchou. A dúvida era quando ressurgiria das cinzas como Fênix. Esta resposta ainda não temos, mas os efeitos que a mudança de treinador e de direção de futebol podem causar deixam a maioria dos torcedores otimistas.
Precisou que Meira deixasse o cargo para que Alberto Guerra assumisse interinamente (ou não) para se falar em dispensa de jogadores. Fica evidente que Meira estava conivente com o cenário que se apresentava no vestiário gremista. Do contrário, já teria promovido tais mudanças antes. O receio da dispensa, que nunca é bom para o atleta, pode significar um choque importante no grupo de jogadores que ai estão.

Ou será que vem de Salvador o Salvador? Há tempos não se via tamanha balburdia com o anúncio de um novo técnico (apenas Mano Menezes recebeu a mesma atenção ao assumir o Brasil). É claro que não é simplesmente por isso que se comenta tanto. A chegada de um ídolo, mesmo que sem calçar chuteiras, causa frisson, inflama o torcedor, renova esperanças. Renato perdeu a cara do Grêmio durante os anos cariocas de sua vida. Mas o que importa? Afinal, sempre deixou claro que o coração é gremista. Este gremismo, esta fidelidade tão rara no futebol atual, é que realmente embui os torcedores de orgulho.

A chegada de Renato é combustível para torcedores , diretoria e para ele próprio, que realiza um sonho. O fundamental é que seja também para os atletas, os grandes culpados pelo fiasco apresentado até então no Brasileirão. O efeito que tudo isto vai causar veremos logo mais. E precisa ser rápido.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Os nossos limites

Perdemos. Perdemos para o Santos e seu futebol atrevido. Mas sobretudo esbarramos nos nossos limites. Os limites que foram impostos por carências eventuais, jogadores de desempenho discutível e, sobretudo, por um esquema de jogo medíocre. Qualquer um com visão mínima de jogo teria conseguido conter o ímpeto narcisista dos jovens de camisa branca. Bastava perceber que eles desistiram de se fazer ver no miolo do campo para procurar os flancos, onde temos sido fracos nesta temporada. Era só olhar para ver, nos primeiro segundo do tempo final, que os lados do campo eram espaço em que enterrariam nossa classificação.

Mas nosso técnico não enxerga. É tecnicamente míope e constituiu um time com pouco repertório, com poucas jogadas, sem criatividade, sem apuro tático. É fraco o técnico. Não entendeu o que acontecia em campo e com suas intervenções no time só fez piorar as coisas. Tirou um volante preciso e colocou um atacante duvidoso. Atrapalhou-se mais ainda nas outras substituições.

O Grêmio que venceu o Gauchão e que chegou a ameaçar o jovial e reluzente time da Vila Belmiro é uma ilusão. Foi sustentado pela raça, que diga-se de passagem andava ausente. Mas a superação motivacional não é suficiente, como não foi quarta-feira. Queremos o Grêmio raçudo, de alma castelhana, mas queremos futebol também: tática apropriada, desenvoltura técnica, inteligência. Só um bom técnico pode misturar estes ingredientes, mas infelizmente, não é o caso do nosso.

Para dar um exemplo, pergunto qual a noção de contra-ataque do Grêmio? O que vi foi uma correria puxada geralmente pelos laterais que atabalhoadamente atiravam a bola para o meio, quadrada, de bandeja para o desarme. Não é só falta de talento, é falta de orientação, de previsão tática, de esquema de jogo. Não é só porque os guris do Santos são habilidosos que se tornaram fatais nos contra-ataques. É porque as jogadas têm sentido, sempre há alguém posicionado, gerando alternativas. Contra-ataque não é um acaso, é uma jogada prevista, uma alternativa estratégica. Mas só bons técnicos sabem disto.

O Brasileirão é um campeonato difícil, um rallye de regularidade. Não se ganha na raça e se faz por definição um habitat hostil para o tricolor. Para vencê-lo é preciso um plantel bem estruturado – não estamos longe disto – e sobretudo padrão de jogo, repertório tático variado, fluência de fogo. Com ajustes ao que temos se chega a um plantel suficiente, pois não há nada muito superior no país. Mas sem um bom técnico para comandá-lo vai ficar difícil. Silas pode não fazer feio, mas fazer bonito é muito mais.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Orgulho e preocupação

A forma como o Grêmio buscou a virada diante do Santos ontem no Olímpico foi sensacional. Empolga a torcida pela mudança de postura do primeiro para o segundo tempo e pela forma como esta reversão no resultado foi construída. Ontem vimos que o Silas é taticamente capaz de fazer a equipe crescer. Crescer justamente após um equivoco provocado por ele próprio ao iniciar a partida com três zagueiros, visando poupar Rodrigo de levar o terceiro amarelo.

O time peleador, digno de ser chamado de uruguaio por alguns, mostrou que todos neste elenco, eu disse TODOS, tem condições de mostrar que merecem vestir a camisa Tricolor. Em se tratando de raça e de força de vontade não tenho dúvidas quanto a isso.

Porém a virada esconde alguns problemas que são típicos do futebol e não são exclusivos do Grêmio, entretanto preocupam para a partida de volta. O posicionamento do setor defensivo é falho. O primeiro gol dos santistas mostrou, que por mais que se fale em marcar o jogador e não a bola, os atletas insistem em fazer o contrário. Felizmente isto é plenamente corrigível. E que assim seja para a partida da Vila Belmiro.

Mas o que mais me deixa de cabelos em pé são os erros de passe. E quantos erros. Adilson é quem mais se destaca negativamente neste fundamento. Exímio marcador, peca demais quando entrega a bola. Outro que insiste em se atrabalhar com a redonda é Hugo. Não me refiro a passes longos. Erram passes de 1 metro. E dão ao adversário a possibilidade de contra-atacar. Diante de uma equipe veloz como o Santos, erros assim podem ser fatais.

Para a partida da próxima semana não crio qualquer ilusão. A tarefa do Tricolor é por demais espinhosa. Mas como já vi esse time fazer tanta coisa só me resta acreditar. Se, tecnicamente, as coisas não saem do jeito que imaginamos, pelo menos a raça, marca registrada dessa equipe, parece estar de volta. Felizmente podemos sim sair orgulhosos por ai, com o peito estufado e dizer: Eu sou do Grêmio senhor!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Um título para eles

Charge do Sinovaldo, do jornal NH.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Feliz com o Gauchão e pensando mais longe.

Foto de Sônia Vill.

As vezes jogar com o regulamento sob o braço é a única alternativa. Ontem, na final do Gauchão, não era o caso. Não quero ofuscar a beleza do título nem a alegria de deixar o co-irmão acachapado mais uma vez. É pelo campeonato regional que se começa um ano gordo, de grandes conquistas. Mas o Grêmio poderia ter jogado mais, feito escore, colorido ainda mais a festa da superioridade indiscutível.

O que me preocupa neste nosso time é que não vejo nele a “alma castelhana”, o DNA raçudo que marca a história do Imortal. No derradeiro jogo do campeonato vi um time administrativo, quase burocrático. Nenhuma grande dividida, nenhuma grande vitória pessoal obtida no suor. É tudo muito certinho, bonitinho, limpinho. Cadê o suor, a raça, a obstinação, o “não tem bola perdida”?

Temos um plantel respeitável. Jogadores de muita técnica e bom toque de bola. Se a esse talento agregarmos raça e uma injeção da tradição tricolor, aí sim teremos um baita time. Jogar com o regulamento é para quando não há outra alternativa, aí a gente se segura no sangue, na superação. Mas ontem sobrava técnica para amassar o co-irmão. Então creio que o “regulamento” não foi uma opção, mas uma contingência para suprir uma carência tática.

Não vi no time um repertório de jogadas, um plano estratégico que potencialize os talentos que temos. Fica tudo muito voluntarioso, dependente da estrela de um ou outro. Em outras palavras, falta uma personalidade técnica, um padrão de jogo, um conceito de time. Ou melhor, um conceito mais estruturado.

Silas disse após a conquista que fez um vôo sem escalas de um time pequeno para um muito grande. Concordo com ele. Autocriticamente ele admite que não tem ainda estatura para treinar um clube como o Grêmio. Falta-lhe experiência, ambição e conhecimento. Por isso opta por uma relação estreita com os jogadores, fazendo do plantel uma confraria de boleiros bem remunerados. Até quando isso vai dar certo dentro de campo?

Não quero jogar pedra no Silas, nem ser pessimista. Mas para ir mais longe precisamos de um treinador mais competitivo, com alma castelhana. Claro que Felipão é o sonho impossível, mas algum Mano Menezes já me deixaria bem feliz.

domingo, 25 de abril de 2010

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Eu vi na Ressacada...

- Que o Grêmio tem um bom plantel, mas lhe falta um treinador com envergadura proporcional ao seu tamanho. Silas não sabe lidar com um time grande, não estrutura o time, não dá padrão de jogo, não tem jogadas bem treinadas. Precisaminhos com urgência de um técnico da estatura do Grêmio.

- Que Mário Fernandes é um baita zagueiro. Ainda é meio cheio de bossa, mas na hora “h” faz a diferença.

- Que o meio campo precisa ser repensado com urgência. Com Leandro e Dougla fica muito alegrinho e pouco fechado. Como Ferdinando não é um camisa cinco de total confiança (só do Silas), a coisa fica a perigo.

- Que precisamos olhar com atenção para o quesito preparo físico. Parece que o time não corre. Muito estranho.

- Que Edilson é sofrível. Deu até saudade do Patrício.

- Que a presepada do Avaí com Silas é puro provincianismo e recalque. Coisa de time pequeno que quer se vitimizar. Silas é profissional e ponto.

- Que todos temos que nos preocupar com as decisões que se avizinham. Com este futebol vai ser difícil.

- Que a Carol Wanzuita, nossa mosqueteira, continua linda e maravilhosa.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Finalmente temos um plantel



Meio abandonado este blog, não? Ultimamente só o Diego tem cravado algumas opiniões importantes aqui. Hoje vou dar os meus pitacos.

Fiquei olhando de canto de olho este início de ano. Custei a formar uma opinião sobre o que estava acontecendo na Azenha. Hoje constato que a direção tricolor montou de forma competente o planejamento do futebol para este ano. Deixou de lado as contratações “de balaio” para se concentrar e poucos e bons nomes. No papel a mistura de veteranos com a gurizada medonha forma um dos melhores plantéis do clube nos últimos anos, certamente um conjunto capaz de chegar bem na Copa do Brasil e fazer bonito no Brasileirão. O Gauchão? Este parece que é só uma questão de dias e a gente ergue a taça.

É falso o dilema criado pela imprensa sobre a dificuldade de Silas de escalar um time com tanta gente boa para as mesmas posições. Isto pode até acontecer no pequeno Gauchão, mas na perspectiva do Brasileirão, há que se ter um plantel de primeira, peças de reposição de sobra. Um campeonato longo se decide pela qualidade do banco, na capacidade de suprir as lacunas causadas por lesões e suspensões. Assim como está, está bom.

A meninada que vem tinindo das categorias de base (que safra!!!) vai ter que disputar com gente grande, mostrar seu valor na marra. Isto é bom para eles, para o Grêmio e para o futebol, de uma maneira geral. Mário Fernandes, Mithiuê, Adilson, Bergson e Maylson são a cara desta nova geração. E nem falo do Willian Magrão, que já está crescidinho.

Já comentaram neste blog, logo aí embaixo, que a eventual saída do espetacular Victor tem proporção de tragédia. Lamento que ele venha a sair, mas acho impossível segurá-lo. O cara tem 27 anos e depois da copa terá a sua grande oportunidade de ganhar dinheiro na Europa. Não há como segurá-lo. Nos resta lamentar e acreditar que temos uma boa escola de goleiros no Olímpico. Tem o Busato, o Matheus e esta Caio, que fechou o gol do Esportivo de Bento, que pertence ao Grêmio. Perder o Victor vai ser triste, mas não uma tragédia.