quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Um tio querido, um time amado

Vou estrear aqui contando uma história singela, mas que diz bastante do meu sentimento em relação ao Grêmio.

Meu pai é colorado. Pasmem, cheguei a torcer pro Inter ganhar o tal campeonato mundial - quando foi mesmo?! Das duas, uma: ou o pai teria um ataque do coração de tristeza ou um de alegria... Perigava meu velho sofrer demais, então decidi que seria melhor de alegria. Convenhamos que, pra uma filha, nada como ver o pai feliz, apesar de colorado. Mas foi só.

Meu pai é colorado. E eu, desde pequena, sabia disso ouvindo os gritos dele - "Figueroa! Figueroa!" - , nos domingos de jogo. Naquele tempo o co-irmão tinha bons jogadores, justiça seja feita. Acontece que, além de colorado, meu pai era tratorista. Lá nos idos da década de 70, interior de Santa Catarina, o pai abriu muita estrada ligando as cidades do Oeste. Saía de casa na segunda, voltava no sábado. Nos víamos muito pouco, eu e o pai, naquelas épocas. Nos víamos nos domingos. Por causa do trabalho, ele passou algum tempo distante de mim. Tempo fundamental para alguém decidir o time do coração.

Meu tio mais novo, que morava com a gente, era GREMISTA. E estava sempre comigo. Não que o pai não quisesse ou fosse relapso, mas o tio teve, nesta época, a vantagem de brincar comigo todos os dias. E ele é o tio mais querido do mundo. Me deu uma camiseta do Grêmio, de malha, decote "V", coisa mais linda. Eu devia ter uns 4 ou 5 anos. O tio sabia das coisas. Me levava pra tudo que era lado: ia namorar, me levava junto! Ia buscar fruta no interior, com seu fuscão azul, e me levava junto. Me dava aulas de violão. Me ensinou o hino do Grêmio.

A verdade é que, quando meu pai percebeu, era tarde demais.

Te amo mesmo assim, pai!

3 comentários:

Ana Paula disse...

queridos, vocês sabem que eu não dou a mínima pra futebol, mas passei aqui pra prestigiar o espaço e desejar vida longa. vou botar um link lá no meu bloguinho, ok? afinal, há gremistas entre meus quatro ou cinco leitores...

beijos! =D

Adriane Canan disse...

Galeno: a mãe torce pra todo mundo. Ela espera o fim do jogo e pergunta: quem ganhou?

Beijo!

Anônimo disse...

Adri... adorei e me identifiquei com tua singela história. Meu pai é colorado, meu irmão Bida e a minha irmã também são e eu e minha mãe, somos gremistas. Me lembro bem do meu pai na horta, lá em casa em Erechim, escutando num radinho a pilha os jogos do inter pela rádio Guaíba. Fiquei com saudades...