sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Gremista desde sempre

Nunca tive opção. Não lembro quando percebi que era gremista ou quando me questionaram isso pela primeira vez (no Rio Grande do Sul, ninguém pergunta pra qual time tu torce: perguntam se tu é gremista ou colorado). Nasci com sangue azul e essa consciência, que nunca me abandonou, de ser uma privilegiada. É como não ter tendência a engordar. Como ter aquela pele que fica bronzeada no sol ao invés de vermelha. Como ter aqueles metabolismos que por mais que o cara beba, no dia seguinte acorda sem ressaca.

Minha família é toda gremista. Pai, mãe, irmão, irmã, tios, primos. Há exceções, mas são a minoria. Na minha turma do colégio, lá pelo meio da década de 1990, quase não tinha colorado. Eu achava que quase não tinha colorado em lugar nenhum. Na verdade, eu achava que só tinha o Grêmio em todo o universo em expansão. Foi nessa época – com Danrlei, Arce, Rivarola, Roger, Dinho, Carlos Miguel, Paulo Nunes, Jardel e vários outros que não ficaram tão nítidos na minha memória – que passamos como um rolo compressor pelos campeonatos América Latina afora. (Quem dera pudesse dizer “mundo afora”, mas tinha um Ajax no meio do caminho.)

Era muito fácil torcer pro Grêmio naquela época. Se eu já nascera gremista, a fase áurea só serviu pra sedimentar essa certeza. Mas veio o desmembramento da seleção de 1995, a lenta decadência rumo ao centenário, a segunda divisão, e a volta por cima, simbolizada pela Batalha dos Aflitos, que depois nos levou à final da Libertadores – num jogo que prefiro não comentar. E o sangue azul, sempre correndo nas veias.

Palmeiras, Cruzeiro e São Paulo, tremei. Esse ano, não tem STJD, CBF, jornalistas de esporte e o car**** a quatro pra nos segurar. O Grêmio vai sair campeão.

4 comentários:

Anônimo disse...

Carol, tu és uma abençoada. Minha infância foi nos anos 70, quando todo mundo torcia para aquele time que não se deve dizer o nome. Fui ter minha primeira alegria naquele ano que o Imortal formava com Corbo, Eurico, Oberdan (na final jogou o Cassiá) e Ladinho; Yura, Vitor Hugo e Tadeu Ricci; Tarcisio, André e Éder. Professos Telê Santana comandava o esquadrão.

Unknown disse...

Ô Jefe! Cadê o Ancheta - Atílio Genaro Ancheta - da escalação? Imperdoável esquecimento.
A propósito, outra hora vou contar uma história sobre o ano de 1977 e a a minha convicção tricolor.

Victor Carlson disse...

Saudações tricolores para os Onze Mosqueteiros. Seremos campeões...

Anônimo disse...

O Ancheta estava do lado esquerdo da zaga, dando sarrafada no centroavante daquele time que não se pode dizer o nome. Por isso, chegou atrasado. hahahahahahaha.