quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Os enigmas da estréia

O estranho jogo de estréia do Grêmio na Libertadores 2009 só poderá ser analisado à luz dos jogos futuros. Muitas hipóteses podem ser formuladas para o “massacrante empate” em que gols foram desperdiçados às dúzias.Ninguém, nem o técnico do Universidad, questiona a superioridade técnica do Tricolor na partida. Segundo o treinador, os visitantes escaparam de uma goleada. Mas “quase” não entra na súmula, não soma ponto nem garante título.

A primeira hipótese, otimista, joga o resultado nas costas do acaso e da ansiedade da estréia. Quem se consola com ela só espera que as coisas voltem ao normal e a superioridade apareça também no placar.

Jogar a culpa nos atacantes Jonas e Alex Mineiro também tem sua legitimidade. De Jonas nunca se esperou muito, mas Alex começa a desenhar um enorme ponto de interrogação sobre sua cabeça. Neste caso há, a curto prazo, as esperanças de Maxi Lopez e Herrera.

Pode-se cogitar, também, do esquema tático. O volume de jogo apresentado pode desmentir esta tese. Mas se o gol não estava acontecendo, porque Celso Roth só mexeu no time depois dos 30 minutos do segundo tempo? Porquê levou mais de 10 minutos para botar mais um ofensivo em campo depois do adversário ter expulso um defensor? Parece o velho problema de um Grêmio (ou treinador?) sem repertório, sem capacidade de variar taticamente, de proporcionar surpresas de movimentação.

No papel, o plantel para o ano não é ruim. O clube avançou muito no padrão das contratações, embora boa parte das contratações tenha sido de jogadores de baixo custo. Há gratas surpresas como o Ruy que, com seu cabeção alienígena, tem sido sempre uma possibilidade aguda de ataque. Há soluções caseiras como o impressionante Adilson que se multiplicou em campo ofuscando a saudade do lesionado Willian Magrão. Mas a gente vai ruminando aquela impressão incômoda de que falta algo, alguém que tire este time do papel e o ponha para jogar. Faltaria, no caso, um técnico. Mas este só virá quando o pior acontecer. Daí será leite derramado...

Um comentário:

Diego Zucolotto disse...

Já diria Humberto Guessinger dos Engenheiros do Havaí: "Somos quem podemos ser. Sonhos que podemos ter".