sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A (des)informação nossa de cada dia

Jornalista esportivo sem pauta é como um zagueiro desesperado sob sufoco. Ambos dão chutões, sem prever o que vai acontecer ali adiante. Ler o noticiário esportivo em janeiro é um desafio do tipo Onde está Wally. Achar no meio dos factóides o que é mesmo notícia é uma dificuldade.

Em geral as pautas são sobre negociações, quem entra e quem sai nos clubes. Mas a cobertura, a qualidade das informações é lastimável. Qualquer diz-que-disse vira manchete de forma irresponsável. E não sejamos ingênuos. Os jornalistas se prestam de guri de recado para interesses de clubes e principalmente empresários. Será que tem jornalista ganhando com isto?

No caso do Grêmio dá para escalar quase um time inteiro só com jogadores que foram noticiados como possíveis reforços, a maioria sem nenhum fundamento. Vamos recapitular: Paulo Baier, Gilberto, Alecsandro, Herrera, Washington, Ricardo Oliveira, Wellignton Paulista, Yarley, Maxi Lopez, e por aí a fora.

O leitor atento vai perceber que boa parte das notícias baseia-se em especulações sem sentido. Há casos em que todas as fontes negam a existência de negócio. Se não há negócio, não há fato. Se não há fato, não é notícia.

A imprensa não pode se prestar a lançar balões de ensaio de clubes e empresários. Os noticiários acabam sendo instrumento de pressão para as partes envolvidas. Os sentimentos dos torcedores são manipulados sendo levados diariamente da euforia à frustração.

Porque não fazem boas matérias sobre a situação financeira dos clubes? Ou sobre os interesses que controlam o futebol? Porque não se checam o que é verdade e o que é boato?

Assim a gente vai se (des)informando sobre futebol todos os dias.

A escassez de pautas parece que se abateu sobre este blog, que está com produção minguada. Está na hora de começar a discutir a nossa caminhada para o tri da Libertadores.

Escrevo este post sob impacto da tragédia com o Brasil de Pelotas. Lembrei naqueles jogos em que o Grêmio, tendo perdido o mando de campo, jogou no Bento Freitas, nas vésperas de nossa caída para a segundona. Lembro dos locutores de rádio contando do entusiasmo com que uma massa Xavante-Tricolor empurrava o nosso arremedo de time. Precisamos ser esportivamente solidários neste momento.

Um comentário:

Marcus Vinícius disse...

Hehehe, e aqui no RS a imprensa faz muito, mas muito disso mesmo. Mas o Maxi pelo visto vem. Tomara que venha, pior que o Perea ou Marcel é impossível de ser.