quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Grêmio solidário à Santa Catarina

O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, ciente do seu papel social, presta solidariedade às vítimas da enchente que atingiu o estado de Santa Catarina e doa duas camisetas oficiais autografadas para fazer um leilão, cuja renda será 100% revertida para ajudar as vítimas da enchente. Um grupo de ex-atletas, que joga em Balneário Camboriú, no clube Tubarões FC, se sensibilizou e iniciou as ações solidárias.

O leilão acontece no sábado, dia 6, e será transmitido ao vivo pela TV Mocinha e pela Rádio Menina, emissoras de Santa Catarina. As camisetas que não forem vendidas, serão sortedas em um jantar para 500 pessoas, que também terá a renda revertida para ajudar as pessoas que sofreram prejuízos com a enchente.O ex-jogador do Grêmio Paulo Matos está coordenando as doações no Rio Grande do Sul. Mais informações sobre o projeto (99557500).

Além disso, gremistas de Passo Fundo estão organizando um mutirão para arrecadar alimentos e agasalhos para as pessoas que necessitam. A campanha 26/11: o Dia da Superação e Raça Tricolor, em homenagem a partida da Batalha dos Aflitos, terá a maior parte da arrecadação enviada para o governo de Santa Catarina e outra parte para entidades da própria cidade. A arrecadação acontece domingo, dia 30/11, na praça do Teixeirinha das 9:30 até as 16:30.

(Enviado pela Assessoria de Imprensa do Grêmio)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sobre aflições, esperanças e metáforas

Há exatos três anos, no final da tarde, o sol entrava alaranjado pela única janela do quarto 313 do Hospital de Caridade, chocando-se com o azul-esverdeado das paredes. O calor era forte e os dois ventiladores de teto do quarto faziam mais barulho do que refrescavam. Perpendicular à minha, o leito de um rapaz que havia substituído boa parte das válvulas cardíacas há pouco mais de uma semana. Ele estava bem.

- Já que não tem jogo do Inter, vou ver este da segunda divisão mesmo.

Num salto, quase derrubando o suporte com dois frascos de soro, me joguei para o espaço entre as camas, arrastando uma poltrona amarela. E olhando sério para o vizinho de cama.
- Soninha, me alcança a camisa tricolor que a batalha vai começar.

Trocar a camisa com o soro espetado no braço é uma operação complicada, mas vestir a camisa do Grêmio, depois da provocação, era questão de honra. A camisa pólo branca, com frisos azuis e pretos na gola e nas mangas e emblema bordado em cima do coração, eu havia herdado do meu pai.

Grêmio e Náutico começaram um jogo mais ou menos. O gol não saía. E os quase dois meses de cama faziam meu corpo inteiro doer. Eu não conseguia me ajeitar na poltrona amarela e, irritado, falava alto, xingava jogadores e aquela coisa toda. O rapaz ao lado nem piscava.

- Tem que botar o Anderson - eu dizia para as paredes.

A Soninha, quietinha e solidária, cuidava para que eu não arrancasse o soro, oferecia Gatorade. Mas nem jujuba eu queria. O corpo doía mais quando chegou o Jorge Bello, o massoterapeuta que viria aliviar as dores musculares. Bem no intervalo do jogo.

Quando começou o segundo tempo eu estava de bruços na cama. Só de cuecas e com a camisa enfiada só no braço do soro. Só uma fresta entre a parede e a cortina, que me isolava visualmente dos outros quatro pacientes do quarto, me punha em contato com a TV.

O Jorge estralava minhas costelas quando o juiz marcou pênalti contra o Grêmio. Eu enfiei a cara no travesseiro e percebi que a Soninha ficara nervosa, agitada no espaço entre as camas.

- Como é que pode? Este jogo não vai acabar. Meu amor, tu tá bem?

Minha cara estava enfiada no travesseiro. Na minha cabeça passou o filme de mais um ano na segundona. E o cara do coração remendado comentava em voz alta que quatro haviam sido expulsos.

- Nosso goleiro pegou!

A Soninha pulava, num comportamento bem pouco apropriado para o recinto. Eu pulei da cama, como quem foge do cara da massagem, de cueca, me enrolando num lençol. Não conseguia falar nada. Engasguei apoiado no suporte do soro e sentei na poltrona.

-Aaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhh!

Quando e menina da enfermagem apareceu assustada na porta, eu expliquei para o hospital inteiro ouvir:

- É gol do Grêmio. Chega de segundona. Com sete em campo, com sete!

A quimioterapia que começaria na semana seguinte já não tinha nenhuma importância. Também não importavam os prognósticos médicos pouco otimistas. Se o Grêmio vencia com sete em campo, porque eu não poderia vencer um câncer?

Naqueles dias quentes de sol alaranjado refletindo nas paredes azul-esverdeadas, eu só precisava de esperança. E foi o que o Imortal Tricolor me ofereceu na forma de metáfora.
Nada justifica desistir, sempre dá para virar a situação, sempre é possível.

Pode parecer inapropriado misturar futebol com coisa tão séria quanto doença. Hoje, plenamente recuperado, muitos amigos me pedem para conversar com pessoas doentes, contar da superação do linfoma, como se eu fosse um paradigma de possibilidade. E eu vou ao encontro delas com muita alegria, conto como foi, revelo alguns truques contra efeitos colaterais da químio. Não escapo da tarefa de levar um pouco de esperança.

Nestas horas eu me sinto envolvido por uma luz alaranjada, mesmo que eu esteja longe de paredes azul-esverdeadas, e repasso ao amigo a metáfora que eu ganhei.

- Não tem jogo perdido.



segunda-feira, 24 de novembro de 2008

sobre expectativas

[...] Deixando de lado, seja o que é impraticável, seja o que é em excesso difícil, cuidemos de fazer o que está a mão e corrobora nossas expectativas. Saibamos que todas elas são transitórias, ainda que exteriorizando diversidades, no íntimo, são mesmo voláteis [...]

Sêneca [ a tranqüilidade da alma]

domingo, 23 de novembro de 2008

Longe demais

Lá pelos 40 do segundo tempo começou a chover. Era só o quer faltava numa tarde em que o Grêmio empatava em zero com o Avaí. Pior do que o empate, era a falta de futebol, a ausência de qualquer semelhança dos caras de camisa tricolor com um time de futebol. Não havia esquema tático, não havia qualidade individual, não havia garra. E mais: o Celso Roth sentadinho no banco, o incrível sobrevivente dos fiascos recentes do Gauchão e da Copa do Brasil.

- Vai ser um ano duro, parceiro.

A frase saiu como um suspiro enquanto eu olhava para o desconhecido torcedor ao lado. Esperava dele uma palavra de consolo. Mas ele não disse nada. Deu de ombros e suspirou profundamente.

Naquele dia seis de março, depois do amistoso humilhante e melancólico, ninguém ousaria adivinhar que aflição dos gremistas em 2008 seria na ponta de cima da tabela, disputando efetivamente o campeonato.

Uma semana depois o Grêmio estreou no Brasileirão vencendo o São Paulo e inaugurou uma campanha de grande aproveitamento. Mais do que surpreendente, pode-se dizer inexplicável. Porque o plantel ganhou pouco em qualidade. Os reforços foram invariavelmente baratos e duvidosos. Com minguados caraminguás no caixa, a direção do Grêmio montou um conjunto “para não cair”. A escolha do técnico evidencia a opção, não precisavam de um vencedor.
Mas o time foi vencendo. Talvez a falta de ambição fosse tão evidente que parece que os adversários não levaram o Grêmio a sério, e o primeiro turno foi um sucesso que fez trepidar a lógica. A diretoria, iludida e maravilhada, manteve a política da pobreza, apostando que os outros fossem mais medíocres. E talvez fossem, mesmo. Só que não é possível enganar o tempo todo. Os limites apareceram e a munição de festim não assustou mais ninguém. O time perdeu terreno para si próprio, para suas próprias insuficiências.

Ao perder vexatoriamente para o Vitória o tricolor sepultou a possibilidade do tri brasileiro. Os investimentos e o futebol não eram para tanto. Provavelmente foi longe demais, conquistando um lugar na Libertadores.

Para quem viu o Grêmio no dia seis de março, o ano foi bom demais.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Pela porta da frente, por favor

Festa, mesmo, era aniversário de 15 anos. De preferência daquelas meninas que comemoravam com pompa e circunstâncias, nos bons clubes de Santa Maria. Os pais ficavam generosos e bancavam grandes comilanças e muito uísque, que a gente diluía em guaraná para encaixar com os nossos paladares iberbes. Nestas festas nós, adolescentes, tomamos nossos primeiros pilequinhos, engatamos os primeiros namoricos e demos nossos primeiros passos dançando juntinho.

O difícil era ser convidado para as festas. Nem sempre a aniversariante era da nossa sala de aula, às vezes nem do mesmo colégio e muito menos parente de algum conhecido. A notícia de alguma festa era a largada para uma caça aos convites. Valia de tudo. Até namorar aquela feinha que era amiga da aniversariante, só para poder entrar no rebu. Quando não tinha jeito a gente apelava para amizade com porteiro do clube, com segurança e todos os expedientes que a incipiente malandragem conhecia. Tinha caso em que só se desistia na porta de entrada, onde a gente comparecia de calça de brim, tênis, gravata do pai e paletó do irmão mais velho.

Quando se conseguia entrar era uma vitória. Mas nem sempre se aproveitava a festa, pois sempre restava algum constrangimento. É claro que furão que é furão tenta até tirar a aniversariante para uma dança, mas poucos de nós eram tão corajosos e caras-de-pau.

A lista de convidados da Taça Libertadores da América é bem seleta. Só entra nela quem mostrou serviço na primeira divisão de seu país. Indiscutivelmente é a grande festa do futebol no continente. Como em toda festa, há quem tente entrar de penetra, conseguindo um convite com um primo da segurança, se esgueirando pela porta dos fundos ou inventando um passe por meio de um torneio menor e inexpressivo.

Entrar de penetra até pode ser divertido. Mas não há nada como entrar pela porta da frente, cheiroso e enfatiotado, e dar dois beijinhos na mãe da aniversariante. Só que para isto tem que ter prestígio e legitimidade. Bom futebol, no caso da Libertadores.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Diário de viagem

Eu estava perdido do ônibus da excursão e sabia que seria muito complicado encontrar os semi-desconhecidos que vieram comigo de Joinville em meio aos cerca de 44 mil torcedores presentes aos estádio Olímpico no domingo, no jogo contra o Coritiba. Mas só uma coisa me preocupava:

- Esse gol tá demorando pra sair. Os caras vão começar a gostar do jogo, porra!

Meu telefone não funcionava em Porto Alegre e o do cara que organizou a excursão também não. Descobri isso pouco antes de pegar o táxi que me levou ao estádio. Pensei na sorte de ter pego o ingresso quando me separei do grupo, pela manhã. Não dava para perder o jogo depois da viagem toda. Não dava para perder o jogo de jeito nenhum...

- Por que ninguém passa a bola pro Souza quando ele tá livre, caralho?

Eu deveria estar realmente preocupado em descobrir alguma maneira de entrar em contato com o grupo, talvez tentando falar com alguém em Joinville, não sei. Mas como pensar nisso se, depois da pressão inicial e de alguns sustos que o ataque paranaense deu, Tcheco abriu o placar com um chute semi-despretensioso? 

- Dá-lhe, dá-lhe tricolor... meu único amor...

Fiquei tentando lembrar meu último jogo no Olímpico. Veio na cabeça aquele Gre-nal que ganhamos com golaço do Luiz Mário, fazia realmente muito tempo. Depois disso, só jogos contra Figueirense e Avaí em Florianópolis. Faz diferença. Nem se falava em avalanche naquela época.

No segundo tempo, com outro gol chorado, o Grêmio ampliou. Dá para dizer que o jogo foi tranqüilo, apesar do gol marcado pelo Coritiba no penúltimo minuto. Seguimos dois pontos atrás do São Paulo, faltam três jogos. Dá para acreditar.

- O Grêmio vai sair campeão, o Grêmio vai sair campeão...

Como previsto, não encontrei a excursão no final do jogo. Depois de uma hora e meia rodando o Olímpico, peguei um táxi e fui pra casa da vó. Novamente comunicável, falei com a Rayana - colega blogueira - e ela mandou avisar que o ônibus me esperava na Freeway. Na manhã seguinte, chegávamos a Joinville. 

A próxima é contra o Atlético Mineiro e vale o título. Alguém duvida?

Não há bêbados para bater

Fica mais fácil sem as rifadas de bola. Quando a vaca já atravessava o brejo, duas vitórias consecutivas mantiveram o Tricolor dos Pampas com condições reais de título. Diante do Coritiba um bom futebol. Não esqueçam que nunca precisamos que estes atletas nos enchessem os olhos. Precisamos de vitórias.

Vitória. Eis o próximo adversário. Não briga por mais nada no Brasileirão. Mas tem, no banco de reservas, um cara mordido. Justo um ex-ateta Tricolor, reserva de Luis Carlos Goiano em 1995. Mancini - O Injustiçado (será?), vai para a vitória com certeza, e com a faca entre os dentes. Não é uma revanche. Será uma vingança às avessas, visto que o maior reponsável por sua demissão do Grêmio no início do ano, o falastrão-fanfarrão Paulo Pelaipe, não freqüenta mais os corredores do Olímpico.

Estes são os jogos perigosos. Contra quem não quer cair, contra quem demonstra uma falsa displicência por não ter mais objetivos no campeonato. Não temos mais o direito de errar. Com um pouco de futebol, alguns relances de sorte e a reconhecida garra o título vem sim! Jogando com a cabeça no lugar o Brasil pode se render ao Grêmio.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O Grêmio cola por aí...

Gosto de medir a paixão pelo Grêmio nas pequenas coisas do dia-a-dia. Jamais chegarei a chamar uma filha de Gremina, embora na lápide de meu querido pai haja uma citação ao hino feito por Lupicínio.

Então há uns quinze dias, naqueles piores dias de nossa nação, no meio das incertezas e das desconfianças, muitas ainda não dissipadas, fui comprar canetas - sempre uma azul e uma preta. Na papelaria, observei uns penduricalhos e achei embalagens com dez pequenos imãs do nosso querido Imortal.

Comprei dois saquinhos delas: um para usar os imãs por aí (tem um na porta do carro e um na fechadura do tanque de gasolina da Virago). Há outros oito esperando o lugar mais adequado para grudar. E um joguinho guardei para colocar em um mini campo metalizado de futebol. Que bela peça de decoração!

É assim que funciona

Tem gente que não entende, mas é assim que funciona. A vitória sobre o Coritiba, com um gol de chutão de longe desviado num zagueiro e outro em que nosso zagueiro cruzou e o deles botou para dentro, é exemplar de como o Grêmio vence. Fiquei animado, porque não vai na súmula se o gol é bonito ou feio. Tem três pontos e pronto! E o gol do Coritiba no final me tranqüilizou, porque estava parecendo fácil.
Nunca o Grêmio ganhou alguma coisa jogando bonito, fazendo show. Sempre foi assim, com bola mascada, chute de canela, gol contra. Mas a sala de troféus está abarrotada. Ou já esqueceram que o gol que nos deu o último Brasileiro foi um chutão do Ailton quando a zaga rebateu um chutão indecente do Carlos Miguel lá do meio do campo?
Fiquei animado, mais confiante. Quem quer ver espetáculo vá ao teatro ou ao cinema. Eu quero é a alma castelhana em campo. Bonito, no Olímpico, já basta a avalanche.
Vamos respirar fundo, que o Vasco vai fazer o serviço sujo pra nós.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Cada louco do seu jeito

Nós, jornalistas, tentamos demonstrar nossas paixões através das palavras - um bom exemplo é este blog. Minha mamãe-gremista, com todos os seus dotes, já fez almofada, toalhas e outras coisas do Grêmio pra mim e pra minha mana-gremista. Bem, cada um tem o seu jeito, às vezes maluco, de mostrar o quanto é apaixonado pelo tricolor gaúcho. Não é bem o caso dos meus primos de Chapecó, que têm uma paixão um tanto móvel, digamos assim, hoje usada para promover a Associação Gremista da cidade. Dá só uma olhada!


Que nossas loucas paixões unam-se no domingo contra o Coritiba. E que o Figueira não tenha guardado umas sete mágoas e ajude-nos também! Abraços para os tios Ari e Adelci, os primos Marcelo, Alexandre, Juliano e Douglas, e para os pequenos Fiorini's. Porque são todos gremistas e um tanto malucos quanto nós.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Grêmio x Coritiba

Quando: 16/11, às 19h10
Local: Olímpico Monumental
Valor: R$ 140 (ônibus Double Deck)
Ingresso: R$ 30
A excursão sai de Joinville no dia 15/11, às 22h, passando por Florianópolis às 0h30.
O retorno é logo após o jogo.

Informações: (47) 9651 2353 - Rovan

Restam apenas 12 vagas

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Em Porto Alegre também existem gremistas

Passei este último fim de semana em Porto Alegre e confesso ter ficado assustada com a quantidade de camisas coloradas. No aeroporto só vi bandeiras e camisas do Inter. Nas ruas dos Andradas, Otávio Rocha, Dr. Flores, Borges de Medeiros e Sarmento Leite só havia espaço pro vermelho. Parecia que, naquele fim de semana, depois da vitória do Inter sobre o Boca, não tinham gremistas na cidade. E assim foi. O azul só voltou a reinar nas ruas porto-alegrenses após a vitória sobre o Palmeiras, no domingo à noite. Aí sim, também o aeroporto voltou a ser azul.

domingo, 9 de novembro de 2008

Espiando e pensando

Hoje me faltou coragem pra ver o jogo do Grêmio. Falei com minha mamãe-gremista após o almoço e ela me assustou: "Filha, hoje é o dia. Dizemos adeus ou continua o eterno sofrimento até o último segundo de campeonato". Minha mãe sempre tem razão quando se fala do Grêmio. Me deu um medo tão grande de ver esse jogo, que preferi me trancar no quarto e esperar pelos gritos do meu vizinho tricolor. Não, nem pela internet eu acompanhei.

Lá pelas tantas eu olhei pro relógio e calculei que o jogo tava no fim. "Não acredito que vão empatar e deixar o São Paulo lá na frente!", pensei apavorada. Só me falta aquele time ganhar outro título! (Sim, detesto o São Paulo, MUITO!). Então me ocorreu um pensamento um tanto estranho. "Meu deus! Outro time precisa ganhar este ano. Se não for o Grêmio, me perdoe, que seja o Palmeiras, mas não fiquem nesse 0x0!"

Não deu dois minutos e alguém do prédio gritou "gooooooooooooooooooolllllllllllll" desesperado! Corri pro computador, mas antes de descobrir, a vizinhança gritava "Grêmiooooo! Grêmiooooo! Grêmio, Grêmio, Grêmioooooo! Lá lá iá..." e eu pensando "Só pode ser o Tcheco, só pode ser o Tcheco". Não deu outra. Não vi o gol e nem pretendo ver. Não vi o jogo, então não quero ver comentários nem lances. Pelo que li na Gazeta Esportiva, o Tcheco lançou a bola pra área, passou por todo mundo e entrou. Mais um gol como aquele contra o Sport: desajeitado.

A vitória aliviou um pouco a minha agonia, mas acho que vou me trancar no quarto no próximo jogo também. Quem sabe não dê sorte? Só espero que os vizinhos não vejam o jogo fora de casa.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O que dizer?

Do Iotti, na Zero Hora de hoje.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Da ilusão ao pega-ratão

O goleiro pega a bola é dá um chutão para frente. Lá no meio, ela cai no pé de alguém que imediatamente se desfaz dela com outro bico que, de preferência, deve cair lá dentro da área. Se tiver alguém lá, que trate de chutar para o gol. Mas este alguém já recebe uma bola torta, e chuta do mesmo jeito.
A narração não é de um jogo de várzea, onde este é o esquema tático dominante. É de jogo do Grêmio. Em todas as últimas partidas é assim que o time jogou. É inexplicável, humilhante, vexatório. É impossível que um time do tamanho do Grêmio não tenha qualquer esquema um pouquinho mais sofisticado do que este pega-ratão de várzea.
A realidade caiu em nosso pé como um bloco de concreto. Nosso plantel foi montado apenas para manter-se na primeira divisão, sem nenhuma ambição maior. O elenco tem pouca qualidade. O técnico não tem nenhuma qualidade. E a diretoria está mais preocupada com suas brigas internas em torno do dinheiro da arena do que com futebol.
Acabou a ilusão do título. A vaga na Libertadores parece que vai escorrendo entre nossos dedos. O tricolor esbarrou nos seus próprios limites. Nenhum dos cinco times que temos pela frente é pior do que o que enfrentamos ontem. A liderança era uma miragem sustentada pelo acaso, mas os adversários não contam com o acaso e preferem jogar futebol. Nós não temos time para isto.
Quem não tem cão, joga no pega-ratão.